“Xógum: A gloriosa saga do Japão”, “Hacks” e “Bebê Rena” foram os grandes vencedores do Emmy 2024. O maior prêmio da televisão americana aconteceu em Los Angeles neste domingo (15).
A vitória de “Hacks” como a melhor série de comédia foi a grande surpresa de uma noite sem muitos imprevistos. Talvez até por isso a Academia da TV americana tenha guardado o anúncio como o último da festa. A produção levou três prêmios no total — um a menos que “The Bear”, a maior favorita.
Já “Xógum” e “Bebê Rena” venceram quatro cada para confirmarem seus amplos favoritismos em seus respectivos gêneros.
Esta foi, na verdade, a segunda premiação da Academia de Televisão realizada em 2024, já que a edição de 2023 foi adiada por causa das greves dos sindicatos dos roteiristas e dos atores e só aconteceu em janeiro.
A organização sabia que a vitória de “Hacks” surpreenderia. Tanto que deixou o anúncio para o final. O favoritismo de “The Bear”, vencedora em 2023, era muito maior.
Mas ninguém pode reclamar da escolha da Academia. A terceira temporada da série sobre a relação tóxica entre a comediante veterana e sua pupilo foi incrível e mereceu as estatuetas de melhor comédia, atriz (Jean Smart) e roteiro.
Não seria absurdo também premiar Hannah Einbinder, favorita como atriz coadjuvante, mas Liza Colón-Zayas (“The Bear”) acabou levando.
Com sua segunda temporada, “The Bear” ganhou ainda melhor ator (Jeremy Allen White), ator coadjuvante (Ebon Moss-Bachrach) e direção.
Com quatro no total, “The Bear” só não confirmou mesmo seu favoritismo na categoria principal — talvez por causa da discussão se a série deveria mesmo ser considerada uma comédia.
Por um tempo, pareceu que “Xógum” corria o risco de passar a noite em branco entre os dramas.
A adaptação do livro de James Clavell já era recordista como maior número de prêmios do Emmy para uma só temporada antes da cerimônia cancelar, com 14 categorias técnicas entregues nos dias 7 e 8. Com os quatro deste domingo, ampliou a marca para um total de 18.
Mas demorou para que a série ganhasse seu primeiro Emmy esta noite. Depois de ver a categoria de ator coadjuvante escapar de Asano Tadanobu e ir para Billy Crudup (“The Morning Show”), a produção teve de esperar até os últimos blocos.
No fim, além de melhor drama, ganhou como ator (Sanada Hiroyuki), atriz (Anna Sawai) e direção — uma boa aposta da Disney, que mudou a produção das categorias de minissérie para drama ao anunciar novas temporadas em maio.
Atriz coadjuvante em drama ficou para Elizabeth Debicki, uma espécie de prêmio de consolação para a temporada de despedida de “The Crown”.
Já nas minisséries “Bebê Rena” não deu chance aos adversários. Além da categoria principal, ganhou com Richard Gadd (ator e roteiro) e Jessica Gunning (atriz coadjuvante), quase tudo a que concorria.
Apresentada pelos atores Eugene Levy e Dan Levy (pai e filho em “Schitt’s Creek” e na vida real), a cerimônia começou com ritmo intenso de premiações relevantes.
Em menos de uma hora, graças a discursos curtos apressados pela música que avisava os premiados do tempo, a festa já tinha dado troféus de melhores ator e atriz em comédia, por exemplo.
Lá pela metade, a energia caiu com uma longa sequência de categorias menos populares, como as de direção, roteiro e programa de variedades roteirizado (com a bizarrice de apenas dois indicados).
A correria retornou na reta final. Para 2025, os organizadores precisam distribuir melhor as premiações a grandes estrelas pela noite inteira — o que também ajudaria a evitar o corte de discursos importantes como dos vencedores de drama e de comédia.
Grande acerto foi repetir as homenagens à história da televisão americana, iniciadas na edição de 2023, com tributos a arquétipos como médicos, vilões, policiais e advogados de séries clássicas.